Segunda 10/01/2011


Segunda-feria / dia 10/01/2011
Enfim a apresentação dos trabalhos, e a troca dos jogos...




O que é dinheiro

    As moedas e as notas usadas para comprar quase tudo àquilo de que você precisa ou quer (comida, roupas, acessórios) é uma invenção recente na história da humanidade. Segundo o grande professor e Prêmio Nobel de Economia Paul Samuelson, “dinheiro é o moderno meio de troca e a unidade padrão no qual são expressos os preços e as dívidas”.
    Disse ele “moderno” com razão, pois, hã milhares de anos, os homens não precisavam do dinheiro. As poucas pessoas que existiam moravam em cavernas, cobriam seus corpos com peles de animais, comiam aquilo que caçavam ou pescavam e se organizavam em comunidades autônomas.
    Mais tarde, já na Antiguidade (Grécia e Roma), quando o número de pessoas aumentou, formaram-se pequenas comunidades. Além da caça e da pesca, algumas pessoas passaram a se dedicar à agricultura e a produzir ferramentas, armas e vasilhas de barro para cozinhar.
    Quando as pessoas de uma comunidade precisavam de um objeto que não produziam, iam a uma comunidade vizinha e faziam a troca por coisas que não existiam por lá. Assim foi criado o escambo, que é a troca de um objeto por outro. O escambo foi à primeira forma de comércio e perdurou até 1700 como principais modos de atividade comercial.
     Aliás, vale a pena lembrar que esse modo de negociar voltou à moda recentemente, sob a forma de “escambo eletrônico” na Internet e continua a ser praticado em comunidades primitivas em todo o mundo – inclusive no interior do Brasil. E é a ele que as sociedades recorrem sempre que há crises importantes, como ocorreu na Alemanha derrotada nas duas guerras mundiais (1914-1918 e 1939-1945) e na Argentina no auge da crise com o FMI e demais credores internacionais no período 2001-2004.
    Quando visitou o Brasil em 2002, a ambientalista e economista americana Agiu Anderson defendeu o escambo de mercadorias como base para trocas internacionais entre países com problemas de divisas. Na ocasião, ela deu a seguinte declaração ao jornal O Estado de S. Paulo: “As empresas transnacionais também fazem escambo. Por ano, elas comercializam o equivalente a U$$ 1 trilhão internamente, trocando passagem, hospedagem, espaço em escritório. O General Elétrico fez um acordo com a China anos atrás, em que trocou geradores por 1 milhão de galinhas. Os EUA ficaram danados com Chávez (Hugo Chávez, presidente da Venezuela) por uma coisa que eu sempre defendi: que os produtores de petróleo troquem petróleo por commodities (mercadorias). Chávez fez 13 acordos de escambo, inclusive com Iraque e Cuba. Com Fidel Castro, ele trocou petróleo por médicos Cubanos, que montaram clínicas de saúde na Venezuela. É brilhante. Claro que o presidente George W. Bush ficou enlouquecido e a mídia americana interpretou a atitude como pregação marxista ou como uma volta ao capitalismo primitivo. Mas, com a falta de moeda forte nos países em desenvolvimento, o escambo é uma alternativa muito eficiente. E com as tecnologias existentes, é possível criar plataformas bastante robustas de escambo eletrônico”. (http://estado.estadao.com.br/editoriais/2002/11/24/ger14.html)

Mas é claro que nem tudo é muito simples quando se trata de trocar mercadorias. Nos velhos tempos, para trocar um objeto por outro, primeiro seria preciso haver concordância entre as partes. Se alguém quisesse trocar uma vasilha por uma faca, por exemplo, teria que procurar alguém que dispusesse de uma faca e verificar se essa pessoa estaria disposta a receber a vasilha em troca. Às vezes, o negocio acabava sem problemas. Mas podia acontecer, por exemplo, de o dono da faca não querer a vasilha e preferir um colar de conchas do mar... Então, o dono da vasilha precisaria descobrir alguém que tivesse o tal colar de conchas e aceitasse trocá-lo pela vasilha para, enfim, voltar à casa do dono da faca e fazer a troca pelo colar de conchas do mar.

Como se vê essas trocas podem causas muito confusão. Por isso, as pessoas entraram em acordo para dar valor a alguns objetos ou mercadorias e poder trocá-los por aquilo que cada um quisesse ou de que necessitasse. Assim, através dos tempos e em diversas comunidades, animais, conchas, plumas, tabaco, peles, pedras, sementes, cereais, tecidos e sal, entre outros objetos, foram usados como dinheiro para comprar e vender mercadorias. Quando alguém realizava um trabalho para outra pessoa, também podia receber em troca uma quantidade desses objetos.

No Brasil, desde a chegada dos portugueses em 1500, o pau-brasil passou a ser a principal mercadoria utilizada como elemento de troca. Posteriormente, panos de algodão, açúcar, fumo e o zinco ou Ca uri (tipo de concha utilizada nas trocas entre os escravos e que conhecemos como “búzios”) foram utilizados como moeda-mercadoria. Até mesmo seres humanos foram utilizados como meio de troca – no período da escravidão, os europeus trocavam bens manufaturados (roupas, armas, pólvora etc.) por escravos negros nas costas da África e os vendiam na América e na própria Europa.

Mas muito antes disso, à medida que as comunidades cresciam e aumentava a troca entre diferentes povos, os metais – especialmente a prata e o ouro – começaram a ser utilizados como instrumento de troca para facilitar o comércio. Isso porque, além de serem desejados, por serem belos e raros, eles eram ainda muito resistentes e podiam ser derretidos e divididos em pequenas partes.

Assim, os primeiros comerciantes viajavam carregando seus sacos de ouro e prata e algumas balanças, com as quais pesavam a quantidade necessária de metal para comprar ou vender mercadorias. Porém, o trabalho de carregar todo esse peso era complicado. Foi então que apareceram as principais moedas – peças de ouro, prata, bronze ou de uma combinação de metais. Essas moedas traziam inscritos seu peso e seu valor e eram marcadas também com nomes, desenhos ou legendas dos governantes que as faziam circularem em seus domínios.

Sair com sacos de moedas para comprar mercadorias, porém, não era nem cômodo e nem muito seguro. As estradas cheias de ladrões, assaltantes e bandidos. Então, na Idade Média, os comerciantes encontraram uma solução. Começaram a depositar suas moedas na casa de uma pessoa em quem confiavam: os ourives, que era o encarregado de trabalhar com o ouro e com os outros metais nobres. Ali suas moedas estariam seguras.

O ourives entregava um recibo no qual prometia devolvê-las quando o dono as pedisse. Sempre que comprava mercadorias, o comerciante ia à casa do ourives para retirar parte de suas moedas. Por sua vez, o dono da mercadoria recebia as moedas do comerciante e também as depositava na casa do ourives.

Estes, cansados de tanto dar recibos pelas mesmas moedas, tiveram então uma grande ideia, em vez de ficar entregando e guardando o ouro e a prata, era melhor que o comprador pagasse o vendedor com o recibo, que era, no final das contas, a prova de que ele tinha valores depositados na casa do ourives. Essas foram às primeiras cédulas – recibos de papel que representavam uma quantidade de ouro e de prata.
Além de guardar o dinheiro, os ourives começaram a emprestá-lo a reis, governantes e outras pessoas em troca de algum benefício ou favor. Assim, os ourives se tornaram os primeiros banqueiros.

Durante muito tempo, os recibos dos ourives foram como cédulas, trocados por ouro e prata depositados nas arcas dos banqueiros. Com o tempo, muitos governos passaram a controlar a emissão de cédulas – exatamente como faziam com as moedas – para evitar as falsificações e garantir o comércio entre as partes. Hoje, continuamos usando cédulas, mas já não as trocamos por ouro e prata, como se fazia antes. Com elas, compramos as coisas de que precisamos ou que queremos.

No mundo moderno, quase tudo tem um preço. Se você quiser uma barra de chocolate, por exemplo, deve pagar o valor que o vendedor pede. A mesma coisa acontece com outros alimentos. E ainda com a roupa que você usa; a luz que ilumina sua casa à noite; a água da pia, do tanque e do banheiro; o telefone que lhe permite conversar com seus amigos. Tudo custa, é cobrado e deve ser pago. E cada coisa, portanto, tem um preço que se mede em dinheiro. Sendo o preço uma medida comum, expressa por cédulas e moedas, torna-se possível comparar o valor dos diferentes bens e serviços.

O dinheiro também pode ser guardado – mas isso só se torna viável se houver sobra após os pagamentos de todas as despesas mensais, que devem ser deduzidas do salário ou dos rendimentos das pessoas. Se isso acontecer, elas o guardam em um banco, fazendo uma poupança ou uma aplicação financeira para utilizar no futuro. Pode ser para comprar um carro novo, viajar, pagar médico e hospital se ficarem doentes ou ainda para abrir um negócio próprio – uma sorveteria, um restaurante, uma fábrica de sapatos – e assim ganhar mais dinheiro.

Atualmente, além das moedas e das células, existem outras formas de pagamento. Assim, se tivermos dinheiro em um banco, poderemos receber um talão de cheques ou um cartão eletrônico para movimentação da conta. Com o desenvolvimento da informática, surgiu também o pagamento eletrônico via computador. Não parece mais cômodo e seguro pagar assim?

Poupança

Poupar é adiar o consumo presente visando a um consumo maior no futuro. As pessoas poupam com dois objetivos básicos:
·         Consumir mais em breve;
·         * enfrentar o declínio que a natureza impõe à capacidade produtiva do homem até certa idade.

Tais propósitos garantem, na prática, uma compensação para o sacrifício de não consumir hoje, de gastar menos do que nossa renda permite e de acumular reservas a serem utilizadas no futuro.

Poupança = Receita – Despesas

Fonte: Mauro Alfeu, Investimentos. Como administrar seu dinheiro, São Paulo: Fundamento, 2001.


O Brasil e suas bandeiras

Há muitos jeitos interessantes de abordar a história do Brasil, que é um conteúdo cultural importante e indispensável para ter como referência. Quando tratamos de moeda, de bancos, de política, de ciência, de música popular ou clássica, de dança – seja qual for o tema- é a história que nos dá o contexto, permitindo situar os eventos e formar um pensamento crítico sobre eles.

Aqui, vamos trabalhar um pouco a partir das bandeiras do nosso país, que, como a nossa moeda, é um dos símbolos da nacionalidade.

Em 1645, durante o reinado de D. João IV, seu filho Teodósio recebeu o título de “Príncipe do Brasil”. Desde então, todos os herdeiros da Coroa portuguesa passaram a usar esse título – exatamente como os herdeiros recebem o título de “Príncipe de Gales”. Assim surgiu a bandeira do Principado do Brasil (1645-1816), de fundo branco, a primeira das bandeiras específicas do nosso país quando ele ainda não era uma nação soberana, mas uma colônia de Portugal.

Também de fundo branco foi à bandeira seguinte. Em 1808, com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, fugindo às tropas de Napoleão, o Brasil tornou-se sede da corte. Foi elevado a Reino Unido em 1815. Mas a Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1816-1821) só veio por ordem de Dom João VI, tão logo coroado após o luto pela morte de sua mãe, a rainha Maria I.

Foi ela que presidiu a derrota do general uruguaio José Artigos pelo domínio da Província Cisplatina, a Revolução Pernambucana de 1817 e, principalmente, a conscientização das lideranças, quanto à urgência de nossa emancipação política.

Em 1822, D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil, com a colaboração do estadista José Bonifácio de Andrada e Silva, foi o pintor francês Jean- Baptista De Bret, que teve grande participação na vida cultural do Brasil, no período de 1816 a 1831.

Posteriormente, nos últimos anos do reinado de D. Pedro II, o número de estrelas aumentou para 20, em virtude de a Província Cisplatina (hoje território do Uruguai) ter sido desligada do Brasil (1829), e da criação das províncias do Amazonas (1850) e do Paraná (1853), este último pertencia antes a São Paulo.

No dia 15 de Novembro de 1889, a monarquia do Brasil, chegava ao seu fim. Com um golpe militar comandado pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca, o Brasil se tornava uma república. No mesmo dia dói hasteada na redação do jornal A Cidade do Rio e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro uma bandeira inspirada na dos Estados Unidos. Foi à bandeira provisória da República, que tremulou no navio Alagoas, levando D. Pedro II e sua família para o exílio e, no Brasil, durou apenas cinco dias, de 15 a 19 de novembro.

A atual bandeira nacional é a quinta e última bandeira do Brasil, tendo sido inspirada no desenho de DeBret para a Bandeira do Império, com seu losango amarelo sobre campo verde. Ela foi projetada em 1889 por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares. Dentro da esfera azul celeste, está representando o céu do Rio de Janeiro com a constelação do Cruzeiro do Sul às 8h30 de 15 de Novembro de 1889, aparecendo ainda outras estrelas que brilhavam na madrugada do dia da Proclamação da República. São os estados – quem em 1992 passaram a ser 26 estrelas – e o Distrito Federal. Completa o desenho a divisa “Ordem e Progresso”, sugerida pelo líder positivista Benjamin Constant em 1889.

Portanto, nossa bandeira tem hoje 27 estrelas pertencentes a nove constelações assim distribuídas: Cruzeiro do Sul (5), Escorpião (8), Triângulo Austral (3), Oitante (1), Virgem (1), Cão Maior (5), Cão Menor (1), Carina – ex – Argus – (1) e Hidra Fêmea (2). E de acordo com a lei, a bandeira adotada pelo Decreto de número 4 do primeiro governo republicano, baixado em 19 de Novembro de 1889, será atualizada sempre que ocorrer criação ou extinção de estados federados. Foi o que aconteceu em consequência da transformação dos antigos territórios nos estados do Acre. Amapá, Roraima, Rondônia e Amapá. E também devido à divisão do estado de Mato Grosso para criação de Mato Grosso do Sul e do estado de Goiás para criação de Tocantins.



Mais sobre a evolução do dinheiro
Vamos agora voltar ao tema do dinheiro, recordando um pouco dos conteúdos do inicio do capitulo e aprofundando mais os nossos conhecimentos, com base na cartilha do Banco Central sobre “Origem e evolução do dinheiro” (http://www.bcb.gov.br/?ORIGEMOEDA).

Moeda-mercadoria
Algumas mercadorias, pela sua utilidade, passaram a ser mais procurados do que outras. Aceitas por todos, assumiram a função de moeda, circulando como elemento trocado por outros produtos e servindo para avaliar-lhes o valor. Eram as moedas-mercadorias.

O gado, principalmente o bovino, foi dos mais utilizados; apresentava vantagens de locomoção, reprodução e prestação de serviços, embora ocorresse o risco de doenças e da morte. O sal foi uma outra moeda-mercadoria. De difícil obtenção, principalmente no interior de sua função como instrumento de troca em nosso vocabulário, pois, até hoje, empregamos palavras como pecúnia (dinheiro) e pecúlio (dinheiro acumulado) derivadas da palavra advinda da expressão “cabeça de gado”, até hoje em uso no meio agropecuário). Da mesma forma, a palavra salário tem como origem a utilização do sal, em Roma, para o pagamento de serviços prestados.

Com o passar do tempo, as mercadorias se tornaram inconvenientes para transacionar, devido à oscilação de seu valor, pelo fato de não serem fracionáveis e por serem perecíveis, dificultando o acúmulo de riquezas.

Metal
Quando o homem descobriu o metal, logo passou a utilizá-lo para fabricar seus utensílios e armas anteriormente feitos de pedra. Por apresentar vantagens, como a possibilidade de entesouramento, divisibilidade, raridade, facilidade de transporte e beleza, o metal se elegeu como principal padrão de valor. Era trocado sob as formas mais diversas. A princípio, em seu estado natural, depois sob a forma de barras, utensílios e, ainda, sob a forma de objetos, como anéis, braceletes etc.

O metal comercializado dessa forma exigia aferição de peso e avaliação de seu grau de pureza a cada troca. Mais tarde, ganhou forma definida e peso determinado, recebendo marca indicativa de valor, que também apontava o responsável pela sua emissão. Essa medida agilizou as transações, dispensando a pesagem e permitindo a imediata identificação da quantidade de metal oferecida para troca.

Ouro, prata e cobre
De acordo com os arqueólogos, foi no século VII a.C, que apareceram as primeiras moedas com as características das atuais: pequenas peças de metal com peso e valor definidos e com a impressão do cunho oficial, isto é, a marca de quem as emitiu e que garante o seu valor. Eles encontraram exemplares de moedas dessa época cunhadas em prata na Grécia e lingotes ovais de uma liga de ouro e prata chamada “eletro” produzidos na Lídia (hoje, parte território da Turquia).

As moedas refletem a mentalidade de um povo e de sua época. Nelas, podem ser observados aspectos políticos, econômicos, tecnológicos e culturais. È pelas impressões encontradas nas moedas que conhecemos, hoje, o “retrato” de personalidades que viveram há muitos séculos. Provavelmente, a primeira figura histórica a ter sua efígie registrada numa moeda foi Alexandre, o Grande, soberano da Macedônia, por volta do ano 330 a.C.

No início, as peças eram fabricadas por processos manuais muito rudimentares e tinham seus bordos irregulares, não sendo peças absolutamente iguais umas às outras como acontece hoje.

Os primeiros metais utilizados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata, metais que se impuseram não só pela sua raridade, beleza, imunidade à corrosão e valor econômico, mas também por antigos costumes religiosos. Nos primórdios da civilização, os sacerdotes da Babilônia, estudiosos de astronomia, ensinavam ao povo a existência de estreita ligação entre o ouro e o Sol, a prata e a Lua. Isso levou à crença no poder mágico tanto dos metais quanto dos objetos com eles confeccionados.

A cunhagem de moedas em ouro e prata se manteve durante muitos séculos, sendo as peças garantidas por seu valor intrínseco, isto é, pelo valor comercial do metal utilizado na sua confecção. Assim, uma moeda na qual haviam sido utilizadas 20 gramas de ouro era trocada por mercadorias nesse mesmo valor. As de ouro eram reservadas para valores maiores, enquanto as de prata e cobre destinavam-se a valores menores. Foi assim até o final do século passado, quando o cuproníquel (liga de cobre e níquel) e outras ligas metálicas começaram a ser muito empregados, passando a moeda a circular pelo seu valor extrínseco, isto é, pelo valor gravado em sua face, que independe do metal nela contido.

Com o advento do papel-moeda a cunhagem de moedas metálicas ficou restrita a valores inferiores, necessários para troco. Nessa nova função, a durabilidade passou a ser a qualidade mais necessária à moeda.

Moeda de papel
Foi na idade Média que surgiu o costume de se guardarem os valores com um ourives, pessoa que negociava objetos de ouro e prata. E foram os recibos entregues ao depositante pelo ourives e sua posterior utilização para fazer pagamentos que deram origem ao dinheiro de papel.

Com o tempo, assim como fizeram com as moedas metálicas, os governos passaram a conduzir a emissão de cédulas, controlando as falsificações e garantindo seu poder de pagamento. Atualmente, quase todos os países tem seus bancos centrais, encarregados das emissões de cédulas e moedas.

No Brasil, os primeiros bilhetes de banco, precursores das cédulas atuais, foram lançados pelo Banco do Brasil, em 1810. Tinham seu valor preenchido a mão, tal como atualmente fazemos com os cheques.

A moeda de papel evoluiu quanto à técnica utilizada na sua impressão. Hoje, a confecção de cédulas utiliza papel especialmente preparado – e até plástico (polímero), como na de 10 reais comemorativa dos 500 anos do Descobrimento – e diversos processos de impressão que se complementam, dando ao produto final grande margem de segurança e condições de durabilidade.

Assim como as moedas metálicas variaram muito em seu aspecto físico ao longo dos séculos, indo das miniaturas às gigantes e desde as quadradas e poligonais até as ovais e redondas, também as cédulas, que em geral se apresentam no formato retangular e no sentido horizontal, apresentaram grande variedade de tamanhos. Existem ainda cédulas quadradas emissor, nelas se podem observar motivos característicos muito interessantes, como paisagens, tipos humanos, fauna e flora, monumentos de arquitetura antiga e contemporânea, líderes políticos, cenas históricas etc.

Sistema monetário
O conjunto de cédulas e moedas utilizadas por um país forma o seu sistema monetário. Este sistema, regulado por legislação própria, é organizado a partir de um valor que lhe serve de base e que é sua unidade monetária.

Atualmente, quase todos os países utilizam o sistema monetário de base centesimal, no qual a moeda divisionária da unidade representa um centésimo de seu valor. Ou seja, como em nosso país, à unidade R$ 1,00 correspondem 100 centavos.

Os países, através de seus bancos centrais, controlam e garantem as emissões de dinheiro. O conjunto de moedas e cédulas em circulação, chamado meio circulante, é constantemente renovado através de processo de saneamento, que consiste na substituição das cédulas gastas e rasgadas.

Hoje, o dinheiro tem tendência a assumir formas cada vez mais abstratas. Uma dessas formas é o cheque, pelo qual se ordena o pagamento de certa quantia ao seu portador ou à pessoa nele mencionada. O importante papel que esse meio de pagamento representa na economia deve-se às vantagens que apresenta, agilizando a movimentação de grandes somas, impedindo o entesouramento do dinheiro em espécie e diminuindo a necessidade de troco, por ser um documento preenchido a mão, com a quantia de que ser quer dispor.

O dinheiro, seja em que forma se apresente, não vale por si, mas pelas mercadorias a serviços que pode comprar. É uma espécie de título que dá a seu portador a faculdade de se considerar credor da sociedade e de usufruir, através do poder de compra, de todas as conquistas do homem moderno.





O Dinheiro na História do Brasil

O dinheiro no Brasil: do descobrimento do Reino Unido
As primeiras moedas
De acordo com informações contidas no portal do Banco Central do Brasil (http://www.bcb.gov.br/?MHSTDINBR), no qual nos baseamos para apresentar o histórico das primeiras moedas no Brasil, o meio circulante em nosso país foi sendo formado de modo aleatório, com moedas trazidas pelos colonizadores portugueses, mas também invasores e piratas que comercializavam na costa Brasileira. Assim, havia em circulação moedas das mais diversas nacionalidades, cuja equivalência era estabelecida em função do seu valor intrínseco – isto é, pelo seu conteúdo ou peso em ouro ou prata.

A partir de 1580, com a formação da União Ibérica, pela qual a Coroa espanhola absorveu o trono português, verificou-se grande movimentação de moedas espanholas (reales) de prata, provenientes do Peru, graças ao florescente comércio que se desenvolveu ao longo do rio da Prata. Até o final do século XVII, os reales espanhóis constituíram a parcela mais expressiva do dinheiro em circulação no Brasil.

As moedas que aqui circulavam eram as mesmas da Metrópole, oriundas de diversos reinados, cunhadas em ouro, prata e cobre, com valores estabelecidos em réis com denominações próprias, como “Português”, “Cruzado”, “São Vicente”, “Tostão”, “Vintém”.

Moedas contramarcadas
A longa guerra mantida contra os espanhóis após a restauração da independência de Portugal custou elevadas somas à Coroa portuguesa. Para conseguir os recursos necessários, D. João IV (1640-1656) e seu sucessor, D. Afonso VI (1656-1667), recorreram a sucessivas alterações no padrão monetário, determinando reduções nos pesos das novas moedas fabricadas no padrão monetário, determinando reduções nos pesos das novas moedas fabricadas e procedendo a aumentos no valor das moedas em circulação. Posteriormente, D. Pedro II de Portugal (1667-1706) – não confundir com o segundo imperador do Brasil -, também determinou aumentos nos valores correntes das moedas. Esse rei, aliás, tornaria constantes ações no que diz respeito à política monetária.

Em algumas ocasiões, tais alterações ocorreram sem que fossem efetuadas modificações nas moedas; em outras, a medida adotada foi contramarcar as peças metálicas – ou seja: as moedas receberam um carimbo (contramarca), registrando a mudança de valor.


O Brasil Espanhol
Pouca gente sabe, mas nós, brasileiros, poderíamos hoje falar espanhol como todos os outros povos da América do Sul. Isso porque, em 1580, o trono de Portugal ficou sem herdeiro e passou para os parentes espanhóis da família real – mais exatamente, o rei D. Manuel o Venturoso, o monarca português da época do Descobrimento do Brasil. Daí o nome “União Ibérica”, significando “união das coroas”, que trouxe muitos prejuízos a Portugal – inclusive a invasão do Nordeste do Brasil pelos holandeses, que eram inimigos dos espanhóis. Em 1640, houve a “Restauração”, pela qual os portugueses recuperaram a independência e D. João IV deu início à dinastia dos Bragança. Dessa família saíram os dois imperadores do Brasil: D. Pedro I e D. Pedro II.

Dessa forma, foram contramarcadas diversas moedas portuguesas de ouro e prata, assim como reales espanhóis de prata em circulação no reino e nas províncias – Isto é, em território de Portugal e em suas colônias africanas, asiáticas e no Brasil. Para aplicação desses carimbos, foram instaladas, nas principais capitanias do Brasil, oficinas monetárias temporárias, que funcionavam apenas durante os processos de carimbagem.

Marcas para evitar o cerceio
O verbo “cercear” quer dizer cortar rente, em torno, pela raiz. De onde é fácil deduzir que, em se falando de moeda, a ação de cercear tem a ver com raspar a borda. E é isso mesmo. A adulteração das moedas de ouro e de prata, pela prática ilegal de raspagem para retirada do metal, tomou proporções calamitosas em Portugal e nos seus domínios, levando o rei D. Pedro II a adotar várias medidas para impedir a continuidade desse crime.

Algumas das soluções foram a colocação de cordão (espécie de serrilha) e de marca junto à orla, assim como a cunhagem de novas orlas nas moedas de cunhos antigos. Inutilmente. Apesar de condenações de até quatro anos de degredo na África para quem fosse pego com moeda cerceada, a cobiça continuou a grassar.

Moedas-mercadorias
Nos dois primeiros séculos após o Descobrimento, faze à inexistência de uma política monetária especial para a Colônia, a quantidade de moedas em circulação era insuficiente para atender às necessidades locais, Por esse motivo, diversas mercadorias foram utilizadas como dinheiro, inclusive pelo próprio governo, sendo comuns os pagamentos realizados em açúcar, algodão, fumo, ferro, cacau e cravo, entre outras.

Em algumas ocasiões, o uso de mercadorias como moeda obedeceu a determinações legais. Em 1614, por exemplo, o governador do Rio De Janeiro estabeleceu que o açúcar corresse como moeda legal, ordenando que os comerciantes o aceitassem obrigatoriamente como pagamento. No Maranhão, onde a principal moeda corrente era o algodão, foi legalmente estabelecida, em 1712, a circulação de açúcar, cacau, tabaco e cravo como moeda.

No caso do açúcar branco – uma especiaria das mais valorizadas no século XV11-, o economista Antonio Luiz M. Coelho da Costa descobriu que o quilo em 1614 valia 32 vezes mais do que no Brasil de 2001. A informação consta de seu artigo “A louca história do real, dos réis e do mil-réis”. Publicado na revista Terra Magazine (http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1156934-ei6585,00.html).

Os escravos africanos chegados ao Brasil, por sua vez, inicialmente destinados a trabalhar sobretudo nos engenhos de açúcar do Nordeste, utilizaram em suas trocas o zimbo, concha de um molusco encontrada nas praias brasileiras e que circulava como dinheiro também no Congo e em Angola.

Holandesas, as primeiras moedas do Brasil
Foi com as letras “GWC”, correspondentes às iniciais em holandês da Companhia das Índias Ocidentais, que o nome do Brasil apareceu pela primeira vez em moedas cunhadas em nosso território.

Inimigos dos espanhóis, os holandeses procuraram ocupar o litoral da Bahia em busca de açúcar em 1621, sem sucesso. Em 1630, conseguiram êxito – dessa vez em Pernambuco. Tendo lançado pesados impostos no território ocupado, os holandeses provocaram revoltas e terminaram expulsos em 1654, na batalha de Guararapes, No entanto, já fazia uma década que os portugueses mantinham o cerco a Recife, a capital do príncipe Maurício de Nassau.

Sitiados e não dispondo de dinheiro para pagar seus soldados e fornecedores, os holandeses realizaram a primeira cunhagem em território brasileiro – daí terem se tornado conhecidas como “moedas obsidionais” ou “moedas de cerco”. Face à inexistência de ferramentas e materiais adequados, bem como à urgência do trabalho, as moedas foram feitas de forma bastante rudimentar em 1645 e 1646. Eram de ouro w tinham formato quadrado. Mais tarde, em 1654, pouco antes de deixarem o Brasil, os holandeses cunharam moedas de prata.

As primeiras Casas da Moeda
Nas duas últimas décadas do século XVII, agravou-se a situação de falta de moeda no Brasil, comprometendo o funcionamento da economia e provocando drástica redução nas rendas da Coroa portuguesa. Inúmeras representações, pedindo solução para o problema, foram encaminhadas ao rei pelos governadores gerais e das capitanias, representantes das câmaras e membros da igreja e da nobreza. Por fim, em 1694, o rei D. Pedro II criou uma Casa da Moeda na Bahia e ordenou que todas as moedas em circulação fossem obrigatoriamente enviadas para lá com a finalidade de serem transformadas em moedas provinciais.

É claro que houve resistência nas outras capitanias em que o Brasil era dividido. Afinal, num território tão vasto, eram enormes as dificuldades  e os riscos do transporte de valores para tão longe. Assim, para atender ás necessidades da população, a Casa da Moeda dói transferida em 1699 para o Rio de Janeiro e no ano seguinte para Pernambuco, onde funcionou até 1702. Em 1703, o mesmo rei determinou que voltasse a ser instalada no Rio de Janeiro, não mais com a finalidade de cunhar moedas provinciais, mas para transformar o ouro descoberto também em moedas de prata, cujo conjunto é conhecido como “Série das Patacas”, nome dado à moeda de prata de 320 réis.

Moedas de cobre angolanas
Como as Casas da Moeda não cunharam moedas de cobre, foi autorizada a circulação no Brasil de moedas fabricadas na cidade do Porto originalmente destinadas a Angola, na África Portuguesa. Eram peças indispensáveis às transações de pequeno valor.

Moedas de ouro das Minas Gerais
Na primeira metade do século XVIII, a elevada produção de ouro em Minas Gerais possibilitou o funcionamento simultâneo de três Casas da Moeda e a cunhagem de grande quantidade de peças, cujos valores e beleza testemunham a opulência que caracterizou o período do reinado de D. João V (1706-1750).

Inicialmente, as Casas da Moeda do Rio de Janeiro (1703) e da Bahia (1714) cunharam moedas idênticas às da Metrópole, com as mesmas denominações – moeda, meia moeda e quartinho -, mas com peso maior e com valor de circulação 20% superior ao valor da face. Não demorou para que a Coroa proibisse a circulação de ouro pé em Minas Gerais, onde era usado como troco, devido à falta de moedas de pequeno valor. Assim, em 1720, estabeleceu-se a Casa da Moeda em Vila Rica (hoje Ouro Preto) – a capital da capitania das minas – que funcionou entre 1724 e 1734.

Em 1722,  D. João V alterou a forma e o valor das moedas de ouro portuguesas, criando a “Série do Escudos”. Cunhadas no Brasil a partir de 1727, essas moedas trazem no anverso a efígie do rei. Dentro dessa série foi introduzida , em 1730, a peça de 400 réis (cruzadinho).


Moedas de D. José I e D. Maria I
Nos reinados de D. José I (1750-1777) e de D. Maria I (1777-1805), continuou sendo cunhada a série dos escudos, com exceção da pela de 12.800 réis, cuja produção havia sido suspensa por D. João V em 1732, e voltaram a ser fabricadas as moedas provinciais de ouro, nos valores de 4.000, 2.000 e 1.000 réis, que não eram cunhadas desde 1702.

Em 1752, atendendo à sugestão do governador da capitania de Minas, D. José, que anteriormente havia liberado transações com ouro em pé e barras de ouro marcadas naquelas região, determinou a cunhagem de moedas provinciais de prata e cobre para atender ao comércio miúdo. Para evitar confusão com outras moedas já em circulação, as novas traziam a inicial do monarca – a letra “J”- encimada por uma coroa, em vez do escudo com as armas de Portugal.

Nos escudos de D. Maria I, as efígies representam duas faces distintas de seu reinado. Na primeira, ela aparece ao lado do marido, D. João III. Após a morte deste, em 1786, é retratada sozinha – primeiro com um véu de viúva e depois com um toucado ornado com joias e fitas. Foi na condição de viúva, e já substituída no trono pelo filho D. João como príncipe regente, que ela aportou ao Brasil em 1808, junto com a corte portuguesa, que fugia das tropas de Napoleão Bonaparte.

Sob o reinado de D.  Maria I, não houve cunhagem de cobre no Brasil. Todas as moedas foram fabricadas em Lisboa, mantendo inicialmente os mesmo pesos e valores do período anterior Em 1799, entretanto, já sob a regência de D. João, as moedas de cobre tiveram seus pesos reduzidos em cerca de 50%.

Bilhetes da Extração: A primeira moeda-papel
A partir de 1772, a extração de diamantes na região do Tejuco do Serro Frio (atual Diamantina) passou a ser feita diretamente pela Coroa portuguesa, que para isso criou a companhia denominada Real Extração dos Diamantes.

Quando havia insuficiência de recursos para o custeio das despesas, a Administração dos Diamantes emitia bilhetes que eram resgatados quando chegavam os suprimentos em moeda remetidos pela Fazenda Real. No início, esses bilhetes tinham grande credibilidade, sendo aceitos em todas as transações comerciais da região.

Moedas para o Maranhão e Grão-Pará
Em 1748, D. João V determinou a cunhagem de moedas provinciais de ouro, prata e cobre para o Estado do Maranhão e Grão-Pará, no total de 80 contos de réis. Cunhadas em 1749 pela Casa da Moeda de Lisboa, essas moedas tinham as mesmas denominações e pesos das moedas provinciais brasileiras.


Maranhão e Grão-Pará
Por mais de um século, a Amazônia ficou fora dos planos de colonização portuguesa. Contudo, ingleses, holandeses e franceses mostravam interesse pela região – tanto que ali ocuparam zonas que foram chamadas Guiana Inglesa, Guina Holandesa e Guiana Francesa. Além disso, os franceses fundaram São Luís do Maranhão em 1612, em nova tentativa de ocupação depois de serem expulsos do Rio de Janeiro. A especificidade e o caráter da conquista e ocupação do território amazônico fez com que essa vasta região ficasse administrativamente dependente de Lisboa, tornando-se, em 1621, o Estado do Maranhão; em 1654, Estado do Maranhão e Grão-Pará; em 1751, Estado do Grão-Pará e Maranhão e em 1772, Estado do Grão-Pará e Rio Negro.

     Fonte: Artigo “A Capitania de São José do Rio Negro nos documentos do Arquivo Histórico Ultramarino (AHU)”, de Corcino Medeiros dos Santos, no portal “Resgate, do Departamento de História da Universidade de Brasília (http://WWW.resgate.unb.br/ed01/art02.html)

Segundo depoimentos da época, a introdução dessa moeda provocou grande confusão no Estado, uma vez que os preços dos salários e de todos os produtos estavam fixados em termos de algodão e especiarias.

Barras de ouro e certificados
Com o objetivo de garantir a cobrança do imposto do quinto – isto é, a quinta parte do metal extraído das minas de ouro-, foram estabelecidas casas de fundição nas principais regiões auríferas do país, para as quais deveria ser levado todo o ouro extraído.

Depois de deduzida a parte destinada à Coroa, o ouro era fundido e transformado em barras, nas quais erma registrados o ano, a marca oficial da casa de fundição, o número de ordem, o título e o peso do outro. Assim legalizado, o ouro era devolvido a seu proprietário, acompanhado de um certificado. Essas barras tiveram ampla circulação no Brasil, desempenhando a função de moeda, particularmente nas capitanias do interior.

A moeda de 960 réis
O declínio da produção de ouro no Brasil levou o príncipe regente D. João a proibir, em 1808, a circulação de ouro em pé, com o objetivo de impedir seu desvio, que acarretava grandes prejuízos à Coroa – que agora governava a partir do Rio de Janeiro, depois de escapar à invasão de Lisboa pelas tropas napoleônicas. Todo o ouro em pó deveria ser levado às casas de fundição; as parcelas de peso equivalente ou superior a 1 onça (28,6875 g) seriam fundidas em barras, enquanto as de peso inferior seriam resgatadas em moedas.

Para suprir o comércio das regiões de mineração, foi autorizada a circulação de moedas de ouro, que estava proibida desde 1750, e a nacionalização de moedas hispano-americanas de prata. Os pesos espanhóis (8 reales), que valiam entre 750 e 800 réis, receberam carimbo de 960 réis, inicialmente na capitania de Minas Gerais (1808) e mais tarde na de Mato Grosso (1818). Em 1809, foi criada a moeda provincial de 9601 réis, cuja cunhagem teve início em 1810.

Carimbos de escudete
Para uniformizar o meio circulante brasileiro, no qual moedas do mesmo metal e do mesmo peso tinham valores diferentes, D. João determinou, em 1809, a aposição de carimbo em forma de escudete nas moedas da série “J”, para equipará-las às da “Série das Patacas”, e nas moedas de cobre cunhadas antes de 1799, para duplicar seus valores.

D. João, príncipe regente e rei
Embora D. João tenha assumido a regência em 1799, durante alguns anos as moedas continuaram sendo cunhadas com o nome de D. Maria I, sua mãe. As primeiras moedas de ouro a trazer a legenda “João Príncipe Regente” foram produzidas em 1805, antes de sua chegada ao Brasil.

A elevação do Brasil à condição de Reino Unido foi registrada nas peças de ouro, prata e cobre cunhadas em 1816. Com a legenda “João, por Graça de Deus, Príncipe Regente de Portugal, Brasil e Algarves”.

Com a aclamação de D. João como D. João VI, em 1818 – depois de passado o luto pela morte de D. Maria I, ocorrida em março de 1816, com a legenda “João VI, por Graça de Deus, Rei de Portugal, Brasil e Algarves”.

Troco do ouro em pó
Face à inexistência de moedas de pequeno valor que se ajustassem ao troco de pequenas quantidades de ouro em pó, D. João estabeleceu que o mesmo fosse feito também com bilhetes impressos nos valores de 1,2,4,8,12 e 16 vinténs de ouro, correspondendo cada vintém a 37 e ½ réis. Emitidos em grande quantidade, esses bilhetes tiveram ampla circulação na capitania de Minas, integrando seu meio circulante. Posteriormente, em função do aparecimento de grande número de bilhetes falsificados, sua emissão foi suspensa. Em 1818, foram cunhadas moedas de cobre nos valores de 75 réis e 37 e ½ réis, para realização do troco do ouro em pó.

Notas do Banco do Brasil
A criação do Banco do Brasil, por meio de alvará de 12 de outubro, teve por principal objetivo dotar a Coroa de um instrumento para levantar recursos para a instalação e a manutenção da corte portuguesa no Rio de Janeiro.

De acordo com seus estatutos, o banco deveria emitir bilhetes pagáveis ao portador, com valores a partir de 30 mil réis. As emissões do banco tiveram início em 1810 e de 1813, em diante foram emitidos bilhetes com valores abaixo do limite mínimo inicialmente estabelecido. Até 1820, as emissões atingiram 8.566 contos de réis, em grande parte determinadas pelo fornecimento de moeda-papel para fazer faze às crescentes despesas da corte e da administração régia, que anualmente excediam arrecadada. A partir de 1817, os bilhetes do Banco do Brasil começaram a perder a credibilidade, sofrendo grande desvalorização.

Em Abril de 1821, antes de regressar a Portugal, o rei e toda a sua corte resgataram todas as notas em seu poder, trocando-as por moedas, metais e joias depositados no banco, obrigando a instituição a suspender, a partir de julho, a conversibilidade dos bilhetes.


Conteúdos Importantes sobre dinheiro

Dinheiro: A palavra dinheiro vem do latim denarius, nome dado a uma antiga moeda romana. Usada posteriormente para denominar uma moeda de prata e cobre que circulava em Castela, na Espanha, essa palavra passou a ser utilizada para todas as moedas e todos os tipos de dinheiro. As primeiras formas de dinheiro conhecidas são os lingotes (ou barras de metal), que eram usados na Babilônia há cerca de 5 mil anos.
Troca: A palavra troca tem origem na língua catalã. Falada pelo povo Catalunha, hoje parte da Espanha. No original, troc quer dizer “golpear”, “chocar” e representa o choque ou aperto de mãos que se davam os comerciantes no momento de fechar um negócio.
Comércio: A palavra comércio vem do latim commercium, formada com as palavras e merx-cis, que se referiam à compra e venda ou troca de coisas miúdas ou de pouco valor.
Moeda: A palavra moeda significa peça de metal, normalmente de formato circular, usada como meio de pagamento. Pode também ter um sentido mais amplo, significando dinheiro, englobando as moedas propriamente ditas e as cédulas. As moedas foram inventadas na Lídia, uma parte da Turquia atual, há cerca de 2.500 anos. Não eram totalmente redondas e apenas um dos lados era gravado.

É da tradição que cada país tenha uma moeda própria – nós temos o real, como o Japão tem o iene, a Argentina o peso (a moeda do México também se chama peso), os EUA o dólar e assim por diante. Desde 2002, porém, alguns países-membros da Comunidade Econômica Europeia renunciaram a suas moedas nacionais e adotaram uma moeda comum, o euro. Acredita-se que o mesmo procedimento venha a ocorrer em outros blocos regionais – um deles, ainda incipiente, é o Mercosul, que envolve o Brasil e seus vizinhos latino-americanos.


Moeda bancária: cheques
A moeda bancária ou moeda escritural consiste nos depósitos a vista existentes nos bancos ou outras instituições creditarias, normalmente movimentados por intermédio de cheques, que constituem, assim, um instrumento de circulação da moeda.

Enquanto os franceses atribuem a origem da palavra “cheque” ao verbo inglês to check – “verificar”, “conferir” -, os ingleses sustentam que a palavra é originária do francês échiquier, que significa “tabuleiro de xadrez”. Segundo os ingleses, as mesas usadas pelos banqueiros tinham a forma de um tabuleiro de xadrez, daí o nome.

A origem desse instrumento de negociação é remota e está ligada à letra de câmbio. Para alguns especialistas, teria sido inventado pelos romanos já nos idos.de 352 a.C. Outros admitem que ele foi obra dos holandeses no século XVI. Em Amsterdã, em torno do ano de 1500, o povo costumava depositar seu dinheiro com comerciantes (cashiers, “caixeiros”) o que representava menor risco do que guardá-lo em casa. Os caxeiros concordavam em arrecadar e cancelar débitos por meio de ordem dos depositantes (cheques).

Na Inglaterra, no fim do século XVII, tornaram-se comuns os depósitos com os ourives – artesãos que lidavam com metais preciosos e faziam joias. Eles emitiam a favor do cliente uma nota escrita a mão, contendo a promessa de pagar ao cliente ou à sua ordem a quantia depositada. O cliente podia também escrever ao ourives, pedindo-lhe que pagasse a outra pessoa em seu nome, o que já era o princípio do cheque.

Acredita-se que datem de 1762 os primeiros cheques impressos, criação do inglês Lawrense Childs, considerado o primeiro banqueiro no sentido moderno. O primeiro país que legislou sobre o cheque foi a França, com a lei de 14 de Junho de 1865. Na Inglaterra, onde esse instrumento se expandiu mais rapidamente, a legislação específica só foi baixada em 18 de Agosto de 1882.

No Brasil, a primeira referência ao cheque apareceu em 1845, quando se fundou o Banco Comercial da Bahia, mas, mesmo assim, sob a denominação de “cautela”. Só em 1893, pela Lei 149-B, surgiu a primeira menção específica ao cheque, no seu Art. 16, letra a, vindo o instituto a ser regulamentado pelo Decreto 2.591, de 7 de Agosto de 1912.

O uso do cheque apresenta muitas vantagens: facilita a movimentação de grandes somas, economiza o tempo que levaria para contas as cédulas, diminui a possibilidade de roubos, além de impedir o entesouramento do dinheiro em espécie. Para segurança, deve sua emissão cercar-se de garantias, de modo que conquiste a confiança pública.

Os cheques são:
1.      Originados em entrega de dinheiro pelo cliente (depósito originário)
2.      Originados em operação de créditos (depósitos contábeis)
No caso dos depósitos feitos pelos clientes, os bancos fornecem cheques em branco, para serem preenchidos à vontade pelo depositante, até completar a quantia creditada.
No caso da moeda bancária, ocorre o mesmo processo utilizado na moeda-papel conversível. Permanecendo parte dos depósitos sem movimento, os bancos emprestam certa importância que vai de 75% a 93% dos depósitos , ficando a outra parte como encaixe, variando sua porcentagem conforme a legislação bancária de cada país. Há uma proporção entre depósitos, encaixe e empréstimos.


Breve, fotos dos jogos...


Por: Juliana Ladeia

Nenhum comentário:

Postar um comentário